Mal começamos a curtir o verão e já temos que nos antenar com as tendências do inverno. E nada como o Fashion Rio para abrir o calendário de moda 2011. A primeira a grife a desfilar nessa temporada foi a Alessa, com ótima injeção de bom humor.
“Mais texturas e menos estampas”, foi assim que a estilista idealizou e sintetizou seu inverno 2011. A coleção falava de doces, e como estes remetem quase que diretamente à festas, foi a ocasião perfeita para a estilista mostrar seus primeiros looks nesse segmento. Obviamente tudo a seu jeito. Daí as longas saias paetizadas, os macacões todos brilhantes e até alguns detalhes em pele, responsável por adicionar uma dose de glamour e sofisticação ao universo kitsch da estilista.
Suas famosas estampas continuam lá, agora como cupcackes, jujubas e outros doces. Tudo meio que imerso numa vontade 70’s que vem desde a temporada passada tomando força vide as saionas amplas, os vestidões estampados e as formas amplas de uma forma geral.
A marca Filhas de Gaia trouxe uma coleção descomplicada e menos estruturada. O ponto de partida agora é o universo de mistério de Agatha Christie, trazendo junto um exercício com alfaiataria - algo que pareceu novo, ou no mínimo fresco, para o repertório das estilistas Marcela Calmon e Renata Salles.
As estilistas deram um ar sexy e poderoso às saias longas com fendas ousadas combinadas com borgues de saltos altos e camisas de seda transparentes. Outra aposta foram os blazeres alongados ou com lapelas angulares lembrando o corte de gravatas. E já que mencionamos as gravatas, estas faziam as vezes de ajustes ou então emprestavam suas estampas para vestidos (de comprimento midi ou longuete) e macacões.
Já o pernambucano Melk Z-Da olhou para Fernando de Noronha quando a ilha ainda era uma prisão. A rica e colorida vida marinha que rodeia a ilha, inspirou a parte mais forte com os vestidos e o casaco estruturados que abrem o desfile. Uma alfaiataria construída em tecidos espessos de onde “brotam” tentáculos como de anêmonas e fiapos de lã fazendo das roupas quase como recifes de corais futuristas.
Quem encerrou a noite foi a Patachou, com trilha dramática, quase tensa, mas colocou na passarela uma coleção descomplicada de formas soltas, na dose certa da sensualidade e drama. Vestidos de formas alongadas, cintura deslocada para altura do quadril e uma certa assimetria quase que orgânica falavam de um sexy misterioso e sedutor, como os filmes clássicos de suspense que serviram como inspiração. Serviu-se de uma ótima equipe de styling e beleza, boas modelos na passarela e uma obra de Ravel tocada ao vivo pelo maestro e pianista João Carlos Martins.
Nenhum comentário:
Postar um comentário